quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Na terra dos doces





Num dia de muita chuva e trovoada, estava eu entretido a ver televisão, quando a minha mãe chamou para lanchar. Na mesa estava uma banana e um iogurte de pedaços com sabor a morango.
Sentei-me à mesa e comi tudo. Estava uma delícia!
Depois de comer o lanche, a minha mãe tinha preparado uma surpresa para mim e para a minha irmã. Era uma caixa de doces!
O doce que tinha provado não tinha informação sobre o sabor no papel e tinha um gosto muito estranho. Depois de o ter comido, senti um arrepio e, de repente… transformei-me num rebuçado com sabor a maracujá.
Dentro da caixa de doces havia um túnel por onde os doces entravam e outro por onde saíam.
Entrei no túnel por onde os doces entravam e, quando cheguei, estava no paraíso dos doces!
Lá era tudo diferente: os bancos eram gomas, as paredes das casas eram feitas de chocolate, as telhas eram feitas de chicletes, as chaminés eram feitas com um chupa, mas o melhor era que a comida era só doces!
Estava na hora do almoço, por isso fui a um restaurante chamado «A Vida dos Doces».
Quando me instalei na mesa, veio o empregado, que era um grande chupa de limão. Ele deu-me a ementa do restaurante. Havia rebuçado grelhado com batatas goma, gelado de frango assado, mas o prato que eu escolhi foi gomas à bolonhesa.
Quando chegou o prato, vi nele aquelas gomas muito compridas e, por cima, chocolate partido em pedacinhos muito pequeninos. Quando terminei, para sobremesa pedi um «derrechoco».
Logo que me trouxeram a sobremesa vi uma chávena de café e lá dentro tinha chocolate derretido. Ao sair é que reparei que gomas à bolonhesa vinha de esparguete à bolonhesa e que «derrechoco» dividia-se em duas palavras: «der» vinha de derretido e que «choco» vinha de chocolate.
A seguir fui comprar uma casa e fiquei espantado com a rapidez com que a construíram.
Mas não fiquei admirado ao descobrir que os construtores eram rebuçados em forma de martelos e serras.
Depois fui a uma loja de roupa chamada «Roupa de doces». Quando entrei, comecei logo a experimentar roupa… Por fim decidi-me e comprei uma camisola às riscas, umas cuecas com doces, um boné verde, umas calças de ganga, uns belos sapatos da marca «Doceira», umas meias às risquinhas castanhas, amarelas, verdes e vermelhas, um colete azul escuro e um pijama aos quadradinhos. Levei logo tudo vestido, exceto o pijama.
Depois fui para a minha nova casa. Esta casa era quase igual à minha outra casa, mas esta era feita com doces.
Sentei-me num sofá, que era feito de umas gomas muito fofinhas e liguei a televisão, que era uma tablete de chocolate do mais preto que existe.
No canal NPD, que quer dizer «Notícias para Doces», estava a dar o Telechupa.
O Telechupa é mais ou menos como o Telejornal, lá dão as notícias da terra dos doces.
Na primeira notícia deu que uma chiclete teve uma indigestão por comer muitos doces.
Na segunda notícia deu que dois camiões que transportavam chocolate quente bateram um com o outro. Essa notícia fez-me pensar no «derrechoco» que pedi como sobremesa no restaurante «A Vida dos Doces». A terceira notícia foi que um carrochiclete atropelou um refrigerante…
Depois desliguei a televisão e fui para fora de casa ouvir a «Banda dos Doces». Na banda havia bolos a tocar tuba, gomas a tocar trompa, rebuçados a tocar violino, chicletes a tocar clarinete, refrigerantes a tocar saxofone… E o maestro era uma tablete de chocolate branco que comandava a enorme Banda dos Doces. Foi um espectáculo delicioso!
Como ainda não tinha lanchado, fui à famosa pastelaria «Doces & Doces». Pedi uma taça de doces e, quando provei o primeiro doce, senti um grande arrepio no lindo papel roxo que me embrulhava.
De repente era outra vez uma pessoa, e pude saborear o resto dos doces que a minha mãe tinha comprado. O pior é que fiquei com uma indigestão por comer muitos, o mesmo que aconteceu à chiclete que vi na primeira notícia do Telechupa.
O melhor é não abusar…



 
                                                                                                                                                              Daniel Azevedo
02/01/2013
         




        
  

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