Num dia de muita chuva e trovoada, estava eu entretido a ver televisão,
quando a minha mãe chamou para lanchar. Na mesa estava uma banana e um iogurte de
pedaços com sabor a morango.
Sentei-me à mesa e comi tudo. Estava uma delícia!
Depois de comer o lanche, a minha mãe tinha preparado uma surpresa
para mim e para a minha irmã. Era uma caixa de doces!
O doce que tinha provado não tinha informação sobre o sabor no papel e
tinha um gosto muito estranho. Depois de o ter comido, senti um arrepio e, de
repente… transformei-me num rebuçado com sabor a maracujá.
Dentro da caixa de doces havia um túnel por onde os doces entravam e
outro por onde saíam.
Entrei no túnel por onde os doces entravam e, quando cheguei, estava
no paraíso dos doces!
Lá era tudo diferente: os bancos eram gomas, as paredes das casas eram
feitas de chocolate, as telhas eram feitas de chicletes, as chaminés eram
feitas com um chupa, mas o melhor era que a comida era só doces!
Quando me instalei na mesa, veio o empregado, que era um grande chupa
de limão. Ele deu-me a ementa do restaurante. Havia rebuçado grelhado com
batatas goma, gelado de frango assado, mas o prato que eu escolhi foi gomas à
bolonhesa.
Quando chegou o prato, vi nele aquelas gomas muito compridas e, por
cima, chocolate partido em pedacinhos muito pequeninos. Quando terminei, para
sobremesa pedi um «derrechoco».
Logo que me trouxeram a sobremesa vi uma chávena de café e lá dentro
tinha chocolate derretido. Ao sair é que reparei que gomas à bolonhesa vinha de
esparguete à bolonhesa e que «derrechoco» dividia-se em duas palavras: «der»
vinha de derretido e que «choco» vinha de chocolate.
A seguir fui comprar uma casa e fiquei espantado com a rapidez com que
a construíram.
Mas não fiquei admirado ao descobrir que os construtores eram
rebuçados em forma de martelos e serras.
Depois fui a uma loja de roupa chamada «Roupa de doces». Quando entrei,
comecei logo a experimentar roupa… Por fim decidi-me e comprei uma camisola às
riscas, umas cuecas com doces, um boné verde, umas calças de ganga, uns belos
sapatos da marca «Doceira», umas meias às risquinhas castanhas, amarelas,
verdes e vermelhas, um colete azul escuro e um pijama aos quadradinhos. Levei
logo tudo vestido, exceto o pijama.
Depois fui para a minha nova casa. Esta casa era quase igual à minha
outra casa, mas esta era feita com doces.
Sentei-me num sofá, que era feito de umas gomas muito fofinhas e
liguei a televisão, que era uma tablete de chocolate do mais preto que existe.
No canal NPD, que quer dizer «Notícias para Doces», estava a dar o Telechupa.
O Telechupa é mais ou menos como o Telejornal, lá dão as notícias da
terra dos doces.
Na primeira notícia deu que uma chiclete teve uma indigestão por comer
muitos doces.
Na segunda notícia deu que dois camiões que transportavam chocolate
quente bateram um com o outro. Essa notícia fez-me pensar no «derrechoco» que
pedi como sobremesa no restaurante «A Vida dos Doces». A terceira notícia foi
que um carrochiclete atropelou um refrigerante…
Depois desliguei a televisão e fui para fora de casa ouvir a «Banda
dos Doces». Na banda havia bolos a tocar tuba, gomas a tocar trompa, rebuçados
a tocar violino, chicletes a tocar clarinete, refrigerantes a tocar saxofone… E
o maestro era uma tablete de chocolate branco que comandava a enorme Banda dos
Doces. Foi um espectáculo delicioso!
Como ainda não tinha lanchado, fui à famosa pastelaria «Doces &
Doces». Pedi uma taça de doces e, quando provei o primeiro doce, senti um
grande arrepio no lindo papel roxo que me embrulhava.
De repente era outra vez uma pessoa, e pude saborear o resto dos doces
que a minha mãe tinha comprado. O pior é que fiquei com uma indigestão por
comer muitos, o mesmo que aconteceu à chiclete que vi na primeira notícia do Telechupa.
O melhor é não abusar…
Daniel
Azevedo
02/01/2013
Isto é que é escrever! Muitos parabéns!!!
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